Brasil
de Fato, instrumento para a luta
Por Cristiane Gomes, de Porto Alegre (RS), para o Brasil de Fato em janeiro de 2005
Um debate marcou o evento. O professor Plínio Arruda Sampaio comparou o jornal a uma pedra que incomoda. “Diante da mídia brasileira, o Brasil de Fato é uma pedrinha, mas se todos nós tivermos esta pedrinha, será uma pedrada, como na história biblíca de Davi e Golias. Aqui está a turma do estilingue”, disse. Muito aplaudida, a argentina Hebe Bonafini, de 72 anos, integrante das Mães da Praça de Maio falou sobre a importância da comunicação no processo revolucionário, que classificou de “único caminho para os povos da América Latina”. Com ela concordou o palestino Mustafá Barghouti, para quem o semanário “deixou o caminho mais curto na luta contra o imperialismo”. “Quando me perguntam por que tantas pessoas votaram em George W. Bush, eu digo que a culpa é da imprensa estadunidense. Por isso, tenho muito orgulho em celebrar o Brasil de Fato, um jornal que está com o povo”, declarou a jornalista estadunidense Medea Benjamin. O bispo dom Tomás Balduíno, presidente nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT), ressaltou as mobilizações e a resistência social, noticiadas semanalmente pelo jornal. O escritor paquistanês Tariq Ali lembrou que não é possível mudar o mundo “ajoelhado aos interesses do FMI e de olhos fechados para os problemas do povo”. Segundo ele, hoje, a Palestina, o Iraque e a América Latina são os principais pontos de luta e resistência contra o neoliberalismo em todo o mundo. “ O Brasil de Fato fala a verdade e isso é muito importante hoje”, disse. Também participaram a médica cubana Aleida Guevara, filha do Che; o deputado estadual Raul Pont (PT-RS); a escritora e jornalista chilena Marta Harnecker e o historiador russo Kiva Maidanik. Estavam no palco membros dos conselhos político e editorial do jornal, jornalistas, fotógrafos e convidados, como a atriz Letícia Sabatella e o teólogo Leonardo Boff. João Pedro Stedile, representando
o conselho político do Brasil de Fato, disse estar convencido de
que o jornal é um instrumento necessário para subsidiar a
militância e para levar informação que ajude a organizar
o povo. Letícia Sabatella completou: “Que o Brasil de Fato consiga
ser, a cada edição, mais forte na sua opinão. Que
seu espaço valorize a cultura dos brasileiros, que é infinitamente
rica. Por fim, que a gente possa, neste jornal, valorizar os brasileiros
de fato”.
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